short cuts III

ela já tá engatinhando, ainda meio tortinha mas consegue ir longe. atravessa a sala, na metade do caminho se cansa mas continua e vem reclamando pra ganhar um amasso.

tá na primeira crise existencial, a dos 8 meses. algumas teorias dizem que é quando os bebês percebem que a mãe é outra pessoa. gódi, estamos deixando de ser nós!

acordo de manhã e vejo um bebê louco crescendo pra cima de mim. vem com o dedinho em riste, direto pro olho ou pra dentro do nariz, a dizer: ei, eu já acordei, faça alguma coisa! e eu faço, reclamo um pouco, solto o bafo desanimador na cara dela mas não adianta, e tento qualquer coisa pra dormir mais 5 minutinhos, às 7 da madruga. feriado ela acorda as 9, mas eu ainda não tenho esse calendário.

só quer saber de ficar de pé, já sabe subir no colchão e peguei-a duas vezes descendo dele de costas. outras vezes gruda na franja da rede e fica se balançando e olhando pra dentro. e, claro, está aprendendo a cair, fica se equilibrando, de vez em quando dá um revertério e pimba no chão. não sei quem se assusta mais, ela ou eu.

e como já tá mocinha não quer saber de suco na mamadeira, ganhou um copinho com bico e achou super divertido. fica toda espaçosa no cadeirão tomando suquinho e fazendo careta.

fico daqui olhando e babando enquanto ela brinca sozinha, pra lá e pra cá, cada vez mais independente e segura. todo dia uma novidade e a sensação de que passa tão rápido que é preciso aproveitar cada sorriso.